Não é o barulho dos maus que me incomodam, mas o silêncio dos bons.

22/07/2011 10:54

Certo dia, quando morava na missão de Cuiabá, recebi um panfleto de um jovem. Tal veículo de informação divulgava a “Marcha da Maconha”, a qual tem por finalidade legalizá-la. E é sobre isso que quero escrever hoje.

Certa vez ouvi uma frase do Mather Luther King “não é o barulho dos maus que me incomodam, mas o silêncio dos bons”. A partir dela quero falar um pouco sobre este panfleto.

Somos cristãos, ou seja, seguidores de Cristo, e por o sermos, devemos seguir os Seus passos, Suas palavras, Suas ordens. Como Igreja Católica somos obedientes àquilo que ela nos diz – ou pelo menos essa deve ser a nossa postura. Se assim o fizermos com certeza teremos mais Vida em nossa meio. Quando a Igreja diz: ‘isto é pecado, não cometa!’ A minha ação é não cometer.

Afora o caráter religioso, trago até você a seguinte formação retirada do livro do saudoso Pe. Léo, fundador da Comunidade Bethânia (https://www.bethania.com.br).

‘A maconha é uma droga preparada com folhas secas e hastes florais do cânhamo-índico. Ela contém 421 componentes químicos, na maioria tóxicos. O fumo da maconha produz o dobro do alcatrão do cigarro comum. A maconha pode ser fumada, inalada ou ingerida oralmente. Não é errado dizer que a pessoa está “cheirando” maconha.

Seu princípio ativo, o THC, interfere na região do sistema nervoso responsável pelo controle das emoções e da memória de curto prazo. Seu uso provoca relaxamento muscular e perda de reflexos entre duas e quarto horas. A maconha afeta os neurônios, pois provoca a perda do equilíbrio daqueles que são responsáveis pelas emoções, memória e discernimento.

O THC – Tetrahidrocarbinol – é a principal substância química encontrada no cânhamo (cannabis sativa). Uma das regiões do cérebro que contém muitos receptores de THC é o hipocampo, processador da memória, que, ao recebê-lo, vai ficando enfraquecida.

Muitos questionam sobre os efeitos da maconha. Falam até na descriminalização de seu uso. De fato, existe um grupo de estudiosos que nega suas ações euforizantes e tóxicas. Esse grupo baseia-se principalmente no fato de que a maconha, fumada ou ingerida, não provoca a dependência química, já que seu usuário não sofre da “síndrome de abstinência”.

Dizem que seus efeitos são mais de ordem psicológica. Atualmente, a grande maioria dos estudiosos e especialistas do assunto afirma que a maconha tem realmente ações, inclusive alucinatórias, sobre o Sistema Nervoso Central, podendo provocar a perda da noção de tempo e do espaço e modificando as percepções. Seu uso prolongado pode produzir perturbações mentais; a pessoa intoxicada, durante a fase alucinatória, estaria mais inclinada a cometer atos anti-sociais, com alterações graves de comportamento. No entanto, no sentido famarcológico, ela é classificada como alucinógeno e não como um entorpecente.

Alguns efeitos mais comuns: sonolência, excitação e hiperatividade, irritabilidade e agitação, ansiedade, euforia, depressão, alucinações, pânico, risadas, aumento do apetite, cheiro forte (que lembra de folhas doces queimadas), desinteresse pelo aspecto físico e atitude egocêntrica. Os vasos sanguíneos dilatados fazem com que a parte branca dos olhos fique avermelhada. O uso da maconha pode acelerar os batimentos cardíacos, chegando a 160 por minuto, mais do que o dobro do batimento normal. As sensações de pânico podem ser acompanhadas de suor, boca seca ou dificuldades respiratórias.

Na medida em que prossegue no consumo, a pessoa abandona os amigos “caretas” e passa a conviver com os outros consumidores da droga. Pode ocorrer também: perda de interesse por pessoas e valores antes importantes; dificuldades de memória, de solução de problemas e de coordenação muscular; dificuldade de aprender coisas novas; distúrbios pulmonares; dano no sistema imunológico e reprodutor, assim como ao coração, podendo ter ainda efeito adverso sobre o feto ainda no útero materno.’ (Pe. Léo,scj – Jovens Sarados, ed. Canção Nova – pg. 224-226)

Galera, tenho para mim que o conteúdo acima descrito é capaz de contra-argumentar qualquer argumento favorável a legalização da maconha.

Aprendi que a Igreja não é contra a maconha, ela é a favor da Vida! E a Igreja é contra tudo que fere a Vida. Será que não conseguimos perceber que essa erva denigre o homem, que é imagem e semelhança de Deus? Não percebemos que ela traz o mau, a destruição familiar, profissional e moral, traz a morte? Logo, a Igreja não apóia. É pecado! Assim como todo vício, inclusive o do jogo, do álcool e do cigarro. É pecado! Infelizmente esses estão liberados, mas não vamos liberar outro.

Alguns dizem que a legalização acabará com a “boca de fumo”, a violência, o tráfico. Mas, e as outras drogas. Teremos então que liberá-las também?! Não!

Tem coisas que eu sozinho não consigo definir, por isso pergunto a posição da minha família, amigo mais velho, e como católico, procuro a posição da Igreja. Estou com a minha Igreja.

“Por acaso ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? … Acaso ignorais que vosso corpo é templo do Espírito Santo que mora em vós e que recebestes de Deus? Ignorais que não pertenceis a vós mesmos? De fato, fostes comprados, e por preço muito alto! “ (1Cor 6,15. 19-20)

 

Desculpa a radicalidade deste texto, mas presiamos lutar contra o pecado, sem deixar de amar o pecador.

 

Missionário Canção Nova

Emanuel Stênio

https://blog.cancaonova.com/emanuel